quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Espelho, espelho meu... ou não era o meu?

Era uma vez... e assim começa mais uma postagem, mais um encontro, mais uma história. Dezembro chegou, e com ele mais um post trimestral. Ok, ok... eu sei que é preguiça, ou relaxo, mas eu não sou escritor, escrevo por hobby e talvez um dia, consiga escrever melhor e com maior facilidade. Mas voltando, era uma vez um espelho... e foi assim, através de um espelho, que um turbilhão de lembranças tomou, mais uma vez, conta dos meus pensamentos.
Estava voltando para casa um dia desses, quando ao olhar para uma casa simples, um ou dois cômodos apenas, junto a um bar há muitos anos fechado, vi um espelho, de aproximadamente vinte por vinte e cinco centímetros, fixado na parede, mais ou menos a meio metro acima do tanque de lavar roupas. Muita gente deve estranhar tal coisa, e ficar se perguntando o por quê dele estar ali. Pois eu explico, pois eu já tive este "espelhinho" sobre o tanque. Quem leu meu post anterior deve estar lembrado que morei no centro, onde hoje há apenas estacionamento. Pois bem. Nossa casa era bem simples: dois quartos, sala, copa, cozinha e banheiro. Mas o banheiro... era do lado de fora da casa, mais precisamente, uns dez metros distante da casa. Muito básico: vaso sanitário e chuveiro. Sem box e sem pia. Entenderam? Isso mesmo... usávamos o tanque para lavar as mãos, o rosto, escovar os dentes... e por isso, o espelho.
Imediatamente, senti saudades de um tempo em que tudo era mais simples. As memórias que tenho da minha casa da infância são nítidas, ainda vivas em minha mente e ao ver aquele espelho comecei a revê-las como a um filme. Festas de aniversário em casa, com decorações simples, esfirras, bolo e brigadeiro (pra que dez tipos de salgadinhos e oito tipos de docinhos?). Brincadeiras no quintal e fotografias que tinham que ser reveladas para montarmos nosso "albinho". Amigos que iam em casa para brincar, ou para comer goiaba em cima da goiabeira. Jogar manga verde para derrubar manga madura. Passar mal de tanto comer jabuticaba. Sim, tínhamos tudo isto no quintal. Vendi juju (gelinho, sacolé, chame aquele suquinho congelado num saquinho comprido como quiser)  em frente ao colégio e de volta pra casa. Tempos bons. Tempos que não voltam mais e que meu filho nunca terá. Os tempos são outros, e por isso, devo torná-los inesquecíveis pra ele também.
Mudando de assunto... mais um ano está acabando e estou a cada dia mais convencido de que o tempo está "nos pregando uma peça" (posso jurar que este ano foi mais curto que o ano passado). Hora de avaliar o que fizemos e fazer planos para o próximo ano (isto é, se o mundo não acabar). Apesar de curto, o ano foi bom. Mantive vários hábitos que adquiri durante minha reeducação alimentar; fui "arrancado" de minha zona de conforto no trabalho mais uma vez; fiz novos amigos (no trabalho e nas "jogatinas"); arrumei tempo para me dedicar mais à minha saúde; voltei a ler mais... mas... gostaria de ter visto mais meus amigos mais "antigos"; ter passado mais tempo com meu filho; com minha esposa; não que não tenha ficado com eles, mas acredito que este tempo poderia ter tido mais qualidade (preciso rever isto pra 2013).
É isto... a trilha sonora de hoje foi melancólica, propositalmente. Frank Sinatra, In The Wee Small Hours, de 1955. Lançado pouco depois de o romance entre Sinatra e Ava Gardner ter terminado, esse rompimento talvez tenha tornado este o melhor álbum de todos os tempos sobre o tema separação. O Sinatra do imaginário popular, aquele sujeito meio malandro, sempre com uma piada na ponta da língua, não aparece aqui - ele é um homem, apenas. E em seguida, Billie Holiday, Lady In Satin, de 1958. Ao desnudar standards como "You don't know what love is" e "Glad to be unhappy" até sobrar apenas a emoção, Holiday canaliza seu orgulho junkie para os blues mais sinceros já gravados. São canções-guia, diferentes de tudo que o jazz já havia cantado antes: o amor é pintado como loucura, desespero, resignação, com uma brutal honestidade. (comentários extraídos do livro 1001 Discos para ouvir antes de morrer, da editora Sextante).

Bem... se o mundo não acabar, um Feliz Natal a todos, boas festas de final de ano e comecemos 2013 especulando novas profecias apocalípticas! Abraços a todos...    fui!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Recordações da infância e os Points que faziam a cabeça em Rio Preto!

Opa! E aí pessoal, tudo beleza?Até tentei postar algo antes do prazo trimestral mas não rolou. Tive algumas idéias que não chegaram a ser escritas e se foram com o vento (quando ainda ventava em Rio Preto), tive outras que chegaram a virar rascunho mas não passaram disto, e no final das contas cheguei a seguinte conclusão: eu apenas escrevia os posts, mas as idéias e os textos eram do meu amigo Jack (o Daniel's). Mas vejam só, hoje estou escrevendo e tomando um capuccino. A trilha sonora de hoje, coincidentemente, é a mesma do post passado, Moda de Rock - Viola Extrema, de Ricardo Vignini e Zé Helder. E tudo isto porquê? Porque o assunto hoje são recordações.
Há algum tempo venho pensando em escrever sobre minha cidade, algumas recordações que tenho da infância, da adolescência, e hoje, conversando com uma amiga no ônibus, voltando de Mirassol, tocamos neste assunto. Nosso assunto foi sobre as mudanças que ocorreram e, infelizmente, foram para pior. Falávamos sobre a ideia do nosso atual prefeito de transformar a Praça Cívica em um novo terminal rodoviário e eu me lembrei do quanto brinquei naquela praça, onde meu pai me levava à noite para correr, ver os peixes (pasmem, havia peixes na piscina da fontes), me esconder em meio às estátuas de um monumento que nem existe mais. E aí, falando de praça, me lembrei da pracinha que fica na avenida Alberto Andaló, próxima ao Mc Donalds, onde hoje, existe um ponto de ônibus, existia uma pequena "mina" de água potável onde as famílias iam buscar água e levar as crianças para brincar. Descia-se uma pequena escadaria para chegar às torneiras. Alguém se lembra?
Vivi minha infância morando, praticamente, no centro de Rio Preto. A casa onde morei não existe mais, no lugar dela hoje fica o estacionamento do Pão de Açúcar, na rua General Glicério. Meu pai tinha uma oficina mecânica na rua Rubião Júnior, um pouco acima da avenida Bady Bassitt e meu falecido avô, pai do meu pai, era carroceiro e "fazia ponto" na esquina das ruas General Glicério e Saldanha Marinho, ao lado da Associação de Luto e próximo de casa.
Na minha adolescência, já morava um pouco mais longe. Morei no Parque Industrial (mesmo bairro onde moro hoje) e na Vila Itália (onde meus pais ainda moram). Só que naquela época, eu ia a todos os lugares a pé. E voltava a pé também. Às vezes com amigos, às vezes sozinho, e nunca fui assaltado. Nem tinha esta preocupação. Você deixaria seu filho fazer isto hoje? Pois é.
Fiz muito "foot" na ponte do shopping (aquela mesmo, em frente ao Rio Preto Shopping) quando ele foi inaugurado. Ao som da banda Barão Vermelho, pulei no terreno de terra batida que havia em frente ao SESC Rio Preto quando da sua inauguração. Atravessei inúmeras vezes a avenida Alberto Andaló de ponta a ponta nas noites de sábado. Já ouviu falar do Tropicália? Antes do Vila Baden, existiu o Babilônia, e antes do Babilônia, existiu o Tropicália, e lá tomei muito chopp com steinhaeger. Curti muitas bandas de rock no Cedros, um barzinho que nada mais era que uma casa, onde bandas tocavam na varanda, e ficava ao lado do Praça Zero. Quê? Praça Zero? Isto mesmo, existiu por algum tempo onde hoje é o Habib's. No Paloma, entrava-se e espremia-se até chegar ao bar, "dava uma banda" e voltava por onde entrou, saía e continuava andando. Oitenta por cento dos adolescentes que iam para a Andaló, iam só para andar, paquerar, beber (andando) e para isto tínhamos o Ritz, um barzinho de fundo, entre o Zero Grau e o Tropicália, onde comprávamos a cerveja. Os "punks" encontravam-se no Museu, um bar que tinha uma cadeira de barbeiro na calçada, perto do Automóvel Clube.
Para dançar, íamos na boate do Palestra aos domingos, na Champagne da rodovia (hoje a Mixed Club) ou na boate São Francisco, na avenida Murchid Honsi. Também na Murchid, tínhamos o Terapia Chopp, com sua famosa Taça Terapia, uma "taçona" com aproximadamente um litro e meio de chopp, que vinha dentro de um balde de gelo (e eu já virei uma destas inteira). Para curtir um bom rock'n roll, Olaria (próximo ao Aeroporto, hoje um estacionamento) e lá, meu amigo Stephano De Marco tocou muito com a banda Trilogia.
É, meus amigos, Rio Preto já foi uma cidade com diversidade de entretenimento de baixo custo, baixíssima criminalidade e muito divertimento. Com certeza esqueci muita coisa e por isso sintam-se a vontade para comentar o post, citar seus lugares preferidos e, caso sejam da mesma época que eu, confirmarem minhas palavras (ou desmenti-las).
Abraços e até daqui a três meses, ou antes!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ócio criativo e fotografias ao som de viola caipira

Bom dia galera... comecei esta nova postagem pensando em ócio criativo. Por quê? vc pergunta, e eu respondo: hoje, 29 de junho, é dia de São Pedro (que na verdade chamava-se Simão, ou Simeão), fundador (junto com São Paulo) da igreja católica, primeiro bispo de Roma e padroeiro da cidade de Mirassol, onde trabalho. Entendeu? Hoje, onde trabalho, é feriado, mas eu não trabalho na cidade onde moro, portanto, minha esposa e meus amigos (não os do serviço) estão trabalhando, meu filho está na escola e eu estou sozinho em casa, sem ter o que fazer (mentira, poderia estar limpando a casa, passando roupa, etc...). E, por um momento pensei em exercer o ócio criativo, mas este primeiro impulso foi sobrepujado pela sua pior inimiga, a preguiça avassaladora.
Como resposta, resolvi escrever o blog (afinal de contas, o tornei trimestral e já fazem três meses que postei alguma coisa). Botei um cd para tocar (comento sobre ele no final), peguei uma caneca de chá de gengibre, cravo e canela gelado, adicionei um pouco de mel e uma dose de run e voltei ao computador.

<intervalo> (neste intervalo o chá acabou, fui à escola do meu filho vê-lo dançar com a turminha, fui ao shopping trocar o presente do meu irmão, comi um sanduba no SubWay, saí e tomei um capuccino da Doçura. Voltei pra casa e cochilei um pouco...) <fim do intervalo>


Mudando de assunto... novo hobby, fotografias. Comecei a "brincar de bater fotos" e gostei. Basicamente, vou a apresentações musicais todas as semanas no SESC Rio Preto e aproveito para bater fotos dos artistas. Criei uma série de fotos no Flickr chamada O Diabo mora nos detalhes, onde posto algumas destas fotos tiradas com um olhar mais objetivo. São detalhes dos instrumentos, do equipamento, um acorde, ou mesmo uma garrafinha de água. Tudo em P&B (preto e branco). Um dia desses ainda faço um curso de fotografia digital, mas por enquanto vou explorando o potencial da minha câmera (que é bem maior que o meu, hehe). Bater fotos é um hobby bastante divertido e faz você ter um olhar diferente sobre tudo. Se tiver oportunidade, experimente.

O cd que comentei acima e fez parte da trilha sonora deste post é "Moda de Rock - Viola Extrema", com Ricardo Vignini e Zé Helder. Imaginem clássicos do rock como "Kashmir" do Led Zeppelin, "Master of Puppets" do Metallica, "Kaiowas" do Sepultura, "Mr. Crowley" do Ozzy, "Aqualung" do Jethro Tull, entre outros. Agora imaginem eles apenas instrumentais e, detalhe, tocados com viola caipira. Isto mesmo, viola caipira. Uma mistura inusitada e muito agradável de se ouvir, eu recomendo. O cd que finaliza a trilha de hoje é "Empreitada Perigosa" do Matuto Moderno. Grupo formado pelos mesmos rapazes aí de cima e mais Marcelo "Jesus" Berzotti no baixo, Ricardo Berti na bateria, Mingo Jacob na percussão e Edson Fontes nos vocais. Este cd traz algumas pérolas do nosso cancioneiro popular como "Índia", "Caminheiro" e "Cabocla", com uma roupagem diferente e uma pegada mais rockeira em algumas faixas.

É isso. Visitem minha galeria de fotos no Flickr, comentem as fotos, comentem o blog, o compartilhem e fiquem em paz. Um abraço a todos.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Motivações, ansiedades e fazer o quê?

O que vocês teem feito da vida? Quais as novidades? Todas aquelas? Então, como vão vocês? Eu estou bem, obrigado. Estou, como sempre, há um bocado de tempo sem escrever. Vamos combinar assim: as postagens passam a ser trimestrais, assim estarei sempre no prazo e, eventualmente, poderão ocorrer postagens extras, ok? Eu sei, gostaria muito de escrever toda semana ou a cada quinze dias, mas não dá. Não consigo. Simples assim. Hoje por exemplo, não faço a mínima idéia do que escrever, mas me obriguei a escrever algo e quis começar com aquelas perguntas do início do texto.
Aqueles que lêem este blog, sabem que tenho feito várias coisas e por este motivo não quero falar de mim, mas de outros. Amigos, colegas de trabalho, família, vizinhos. Pessoas em todos os lugares estão vivendo suas vidas. Em função de quê? De quem? O que as motiva?
Aline, nome fictício (ou não), formada em Direito, dedica todas as suas horas "livres" à educação de seu filho e ao estudo para o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Acredita que precisa urgentemente seguir seu sonho de trabalhar na área que escolheu e desta forma dar um "upgrade" na sua vida e assim ter mais tempo para seu filho. Lê (outra amiga) casa-se este ano. Suas atuais preocupações são os preparativos do casamento. Igreja, vestido, salão, festa, dívidas. Tudo deve ser perfeito... e será! Um casal bacana. Realmente combinam. Minha esposa meio que se contagiou com minha reeducação alimentar e começou a se cuidar também (ou foi isso ou o medo do maridão aqui ficar gatão, hehe).
E assim segue a vida. Meus vizinhos de apartamento se tornaram pais há quinze dias. Estão babões como todos podem imaginar. Primeiro filho. Miguel. Nome forte para uma criatura tão pequena. Mas aí olho para o Giancarlo, meu filho, que ontem mesmo era praticamente do mesmo tamanho e hoje está com cinco anos completos. O tempo voa e talvez seja por isto que as pessoas ficam ansiosas. Ansiosas por mudanças. Ansiosas por realizações. Ansiosas pela expectativa do que virá a seguir. Esta ansiedade, de certa forma, é benéfica para nós. Ela nos mantêm em estado de alerta para que nada nos pegue desprevenidos. Entretanto, estar o tempo todo em estado de alerta pode ser estafante, e é por esta razão que tantas síndromes, de origem psicológicas, estão aparecendo. O excesso de informações, esta "infoxicação", não nos dá tempo hábil de assimilar tudo. E aí estressamos, metemos o pé no balde, e se não temos algo que nos motiva a continuar tentando, caímos no ócio.
Por isto, volto a perguntar, o que vocês teem feito da vida? O que os motiva?

A trilha sonora de hoje  foram vários discos de blues. Motivado (a-hã!) pelo excelente show de ontem com o fantástico bluesman Flávio Guimarães, estou a algumas horas ouvindo meus cds (todos eles adquiridos nos diversos shows que o SESC Rio Preto me proporciona). Entre eles, destaque para o recente trabalho de Flávio Guimarães: Flávio Guimarães and friends. Com participações mais do que especiais de Rick Estrin and The Nightcats, Joe Filisco, Igor Prado Blues Band, Charlie Musselwhite, Steve Guyger entre outros. Indispensável.
Abraços a todos, e nos vemos por aí........................ Fui!