quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Como Darwin azedou o molho dos bancários

Buongiorno. Faz tempo né? Eu sei. Disse que escreveria a cada três meses e não cumpri. Na verdade... cumpri sim, é que também estou escrevendo em outro blog, o Gameboarder eXperience. Lá posto fotos de boardgames e jogatinas, além de escrever um pouco também, o que me deixa menos tempo para escrever aqui já que como todos sabem, minha frequência não é lá essas coisas.
Mas vamos lá. Estamos novamente em período de greve. A "Greve dos Bancários" está em cartaz novamente fazendo sua turnê nacional anual. Sim... é sarcasmo o que você leu. A greve dos bancários se tornou uma peça teatral onde somos atores mal remunerados seguindo um "script" escrito pelo sindicato dos bancários e aprovado pela federação brasileira des bancos, a Febraban. "Como assim?" você me pergunta. E eu te respondo: o sindicato precisa "lutar" pelos direitos dos bancários, certo? Se ele nada fizer, ninguém vai se filiar a ele e sozinho ele não se sustenta. Mas eles também não querem desagradar os poderosos. Então, todo ano, o sindicato faz suas exigências, a Febraban faz sua oferta (bem abaixo do solicitado), o sindicato mobiliza os bancários a fazerem greve (isso repercute na mídia e no boca a boca a favor do sindicato, afinal, ele está mostrando serviço), os bancários "abraçam" a causa e entram em greve, passa-se uma semana ou duas e a Febraban faz uma nova proposta aumentando um pouco com relação à primeira (mas ainda abaixo do solicitado), o sindicato faz uma assembléia e propõe aceitar a proposta e voltar ao trabalho e os bancários voltam à sua rotina normal com a sensação de vitória e um nariz de palhaço.
E é aí que entra Darwin. Todos que estudaram biologia nas escolas (e até alguns que não estudaram) já ouviram falar da Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin. Publicado em 1859, "A Origem das Espécies" gera conflito até hoje com religiosos mais fanáticos. Esta teoria diz que "todos os seres vivos descendem de um ancestral comum e suas espécies surgiram por lenta acumulação de diferenças que, sendo favoráveis à sobrevivência e à reprodução do organismo, permanecem nas gerações seguintes", isto é, sobrevivem aqueles que melhor de adaptam ao meio em que vivem. E isto acontece também com empresas. As que melhor se adaptam ao mercado, se expandem e lucram.
Os bancos privados, na sua grande maioria, mantêm seu controle sobre os funcionários na base da "chibata". A simples menção sobre demissões no período que antecede a greve é suficiente para inibir grandes manifestações por parte de seus contratados. Já nos bancos públicos (os que ainda existem), uma demissão não é algo tão simples. Desta forma, estes bancos também evoluíram, a ponto de apoiarem a greve. "Hã?!", "Mas os bancos não perdem dinheiro com a greve?!". Não. Primeiro: um dos grandes objetivos do banco, é fazer com que seus clientes usem os meios alternativos de atendimento (Autoatendimento, correspondentes bancários, internet). A greve faz isso para eles. Segundo: com as portas fechadas ao público, seus funcionários comissionados (gerentes e assistentes), que não entram em greve por medo de perderem seus cargos e comissões, permanecem livres, dentro das agências, para poderem contatar os clientes potenciais (por telefone) e venderem produtos e concederem créditos. E com isso, os bancos lucram com a greve. Como o sindicato fez a parte dele, eles também lucram com a greve. "E quem perde então?!" você pergunta. Os bancários, que terminam com um aumento menor do que teriam direito, várias exigências não atendidas e ainda tendo que "pagar" as horas não trabalhadas em decorrência da greve na forma de horas extras não remuneradas.
Por este motivo, deixei a "militância" pra lá. Não nasci pra ser ator mambembe. "Mas você acha justo receber o aumento que seus colegas estão lutando para conseguir?!". Leia o texto outra vez, talvez você não tenha entendido nada do que leu.

A trilha sonora deste post foram os álbuns do Ghost. "Ah! Aquele filme com a Demi Moore e o Patrick Swayze?". Não! Aquela banda "macabra" que tocou no Rock in Rio na chamada "primeira noite do Metal". De origem escandinava, o Ghost segue a escola de Alice Cooper, King Diamond e de vários nomes clássicos do rock e do metal e foram responsáveis por uma das performances mais técnicas e teatrais do festival. Seus álbuns Opus Eponymous (2010) e Infestissumam (2013) podem ser baixados no 4shared.

Até a próxima... e não esqueçam: não é porque os bancos estão fechados que vocês podem deixar de pagar suas contas, :P




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